Durante sessão desta quarta-feira (22), a Assembleia Legislativa Paraíba (ALPB) aprovou uma indicação de Projeto de Lei (PL) do deputado estadual Buba Germano (PSB) que institui a rota turística Caminhos da Caatinga no Estado da Paraíba. A proposta tem como objetivo alavancar o turismo de um bioma que conta com um grande potencial, mas que ainda é pouco explorado.
Acompanhe também o Portal Picuí Hoje no Facebook, Instagram e no Youtube
Em entrevista, o autor detalhou o projeto e seus objetivos. Ele frisou que, entre os objetivos, está a preservação do bioma caatinga com a educação ambiental nas escolas. Dentro do roteiro, segundo Buba, ainda terá a Rota dos Minérios, das Serras e dos Sítios Arqueológicos. “Tudo isso nós temos com grande potencial no Seridó”, disse.
Em um ano, será feito um inventário com o potencial turístico dos doze municípios da região. Para isso, o parlamentar já destinou uma emenda impositiva. “Faremos um inventário de sítios arqueológicos, de rotas para que a gente possa inserir dentro do planejamento. Já estamos recebendo, inclusive, o apoio da PBTur”.
Pinturas Rupestres - Serra da Fortuna Barra de Santa Rosa |
Ele ainda destacou o incentivo aos estudantes com a criação da Reserva Ecológica Olho D’água das Onças, em Picuí. “Pra gente fazer educação ambiental, precisamos que nas escolas os estudantes conheçam o nosso bioma. Estamos criando uma área de preservação, através de uma Reserva Privada do Patrimônio Natural, um instrumento reconhecido pelo ICMBio e pelo IBAMA”.
A área, que terá objetivo apenas didático e pedagógico, compreende uma área de 20 hectares. “Temos 18 hectares de vegetação nativa onde só poderão ter intervenções para estudos, pesquisas e trilhas. Vamos instalar um ponto de visitação para que todas as escolas possam visitar e a gente ter o conhecimento do território que nós vivemos”.
Para o socialista, a falta de conhecimento e, sobretudo, de preservação do nosso bioma tem interferido diretamente no aquecimento global. “A intervenção do homem no meio ambiente está clara para a humanidade. Quem está provocando o aquecimento global são as grandes indústrias emissoras de carbono na atmosfera”.
Para ele, o bioma caatinga merece uma atenção especial por ser exclusivo da região Nordeste. “Ele é patrimônio nosso. Preservar o bioma caatinga é manter milhões de nordestinos que sobrevivem nessa área semiárida”.
Com um trecho em processo acelerado de desertificação, o Seridó, o Curimataú e o Cariri são as áreas mais vulneráveis. “Nós estamos criando esse instrumento para que a gente possa transformar isso num laboratório permanente de estudo, preservação e convivência com o nosso habitat comum entre fauna e flora”.
Itacoatiaras na Serra do Pedro - Picuí |
O deputado enfatizou que o município de Picuí tem 14 sítios arqueológicos, mas não são divulgados. “Quantas minas nós temos, inclusive, de pedras semipreciosas? Nós temos a turmalina Paraíba, o granito caramelo Picuí, o bordô. Todos oriundos da nossa região. Temos o feldspato, que é a matéria prima do porcelanato, em Pedra Lavrada”.
Buba destacou que a rota turística Caminhos da Caatinga vai mostrar todas as potencialidades do Seridó e Curimataú. “Nós temos pouquíssimas na Paraíba. Pra se ter uma ideia, o Lajedo de Pai Mateus e a Pedra da Boca nem sequer tem um plano de manejo. Nós já estamos começando uma reserva com um plano de manejo definido”.
Ainda na entrevista, ele falou sobre seu apoio ao curso de agroecologia do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), Campus Picuí. “Eu direcionei emenda impositiva para a educação ambiental para que a gente forme jovens com consciência de preservar o bioma caatinga. É fundamental que a gente estimule. Nós somos nativos da caatinga”.
“Nós estamos vivendo um momento agora que a ONU está discutindo no mundo a agenda global. Em que pé nós estamos? Depois da pandemia, qual será o reflexo? Avançamos ou regredimos? É fundamental que a gente tenha esse monitoramento”, salientou.
Germano destacou que esse é um tema que o mundo está discutindo. “China e Estados Unidos estão preocupados porque eles têm um polo industrial muito grande que está poluindo e promovendo o aquecimento global e precisa fazer a compensação. E essa compensação é na Amazônia”.
“Nós temos direito ao crédito de carbono no semiárido porque a nossa vegetação não tem a capacidade de regeneração que tem a zona da mata, por exemplo. Isso precisa ser discutido como um tema de educação na escola”, completou.
Por fim, ele frisou que o projeto Caminhos da Caatinga têm que envolver todos os municípios, prefeitos, secretários de educação, secretários de agricultura, departamentos de turismo e de cultura. “Nós vamos formar agentes de desenvolvimento com conhecimento do nosso bioma”.
Com a aprovação do indicativo de Projeto de Lei pelo Legislativo Estadual, a proposta segue agora para sanção do governador João Azevedo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário