O documento faz um balanço do ano de 2021 em mais de 100 países, e, ao analisar a situação do Brasil, menciona o presidente Jair Bolsonaro como responsável por “minar a confiança no sistema eleitoral, a liberdade de expressão e a independência do Judiciário”.
No relatório, a diretora da entidade no Brasil, Maria Laura Canineu, apela para que “as instituições democráticas protejam os direitos ao voto e a liberdade de expressão de qualquer tentativa de subversão do sistema eleitoral ou de enfraquecimento do Estado democrático de Direito e das liberdades fundamentais pelo presidente Jair Bolsonaro”.
O trecho do documento menciona as tentativas de intimidação ao Supremo Tribunal Federal (STF), em setembro de 2021, quando o mandatário subiu o tom contra os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na ocasião, Bolsonaro chamou Moraes de “canalha” e disse que não cumpriria mais ordens suas, ao relembrar as prisões decretadas pelo juiz no âmbito do inquérito das fake news, que apura ameaças contra a Corte.
O documento também chama atenção para outros fatores: a letalidade policial, em especial contra pessoas negras, e a degradação da Amazônia. Em 2020, o Brasil atingiu o maior número de mortes decorrentes de intervenção policial desde que o indicador passou a ser monitorado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2007. Cerca de 80% das vítimas eram negras.
Já no campo do meio ambiente, a instituição comenta que o governo federal promove a degradação ambiental e o desrespeito aos direitos dos povos indígenas. A Amazônia perdeu em um ano, de agosto de 2020 a julho de 2021, uma área de floresta de 10.476 km², território seis vezes maior do que a cidade de São Paulo, segundo dados do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia). O número equivale a um aumento de 57% em relação ao mesmo período do calendário anterior e é a pior marca dos últimos dez anos.
“O presidente Bolsonaro precisa mostrar resultados concretos na redução do desmatamento e no combate à impunidade por crimes ambientais e atos de violência contra defensores da floresta”, disse Canineu.
Portal Picuí Hoje.
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