Dos novos registros deste ano, a faixa etária entre 20 e 49 possui a maior incidência: 538 casos. Já a faixa entre 20 e 29 anos registrou 211 novos casos, o que chama atenção da gerente operacional de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) da Paraíba, Ivoneide Lucena.
Ela afirma que a maior meta atualmente é fazer com que a juventude que cada vez mais está adquirindo o vírus, faça o teste rápido o quanto antes: "depois de um mês (de infecção), o vírus já se reproduz no organismo, mas, ainda não baixou a imunidade. Se demorar muito, a imunidade baixa o que pode causar a Aids e, muitas vezes, abrir espaço para doenças oportunistas", disse.
Além disso, o estigma faz com que muitos achem que relações heterossexuais estão isentas de risco e por isso, não se previnem.
Conforme o último Boletim Epidemiológico da doença, que analisou números de 2018 até 2021, observa-se que, em relação à categoria de exposição hierarquizada de AIDS em adultos, a maioria dos casos tem transmissão via sexual, sendo 43,4% heterossexual, seguida de homossexual 19,4% e bissexual com 2,8%.
Ivoneide relata que muitas pessoas só descobrem a doença na gravidez, quando chegam nos serviços de saúde para fazer o pré-natal e é exigido um teste de HIV.
"Sabemos que a subnotificação é muito grande. Para cada 10 casos notificados, 10 não são. Temos várias pessoas com HIV na Paraíba que não sabem que tem, não sentem nenhum sintoma e acabam não procurando o serviço. Infelizmente, por não saber, acabam transmitindo o HIV pra outras pessoas em relações sexuais desprotegidas", disse Ivoneide.
A falta de acesso à informação também faz com que esses números acometam a população mais vulnerável do Estado.
"70% das pessoas que são diagnosticadas são de baixa renda e grande maioria é homem, mas sabemos que o HIV não escolhe raça, não escolhe orientação sexual, não escolhe gênero", pontua a gerente.
Quebrar o estigma para aumentar a prevenção
Ivoneide explica ainda que não existe nenhuma prática sexual que tenha mais possibilidade de acarretar na transmissão do vírus. O importante é usar camisinha, evitar relações de risco e fazer exames regularmente.
Ademais, a transmissão horizontal também precisa ser evitada. É necessário que gestantes com HIV sigam o tratamento de forma correta para impedir o aumento desses números. "A mulher que tem o HIV pode sim ter uma gestação, mas ela tem que se cuidar para que o vírus seja reduzido no organismo. Quando bebê nascer, ele vai ter que tomar medicamento até completar dois anos e não pode se alimentar com o leite materno", explica.
O Governo da Paraíba aposta em promover a prevenção combinada, associando diferentes métodos tanto para a prevenção do HIV, quanto para a saúde integral das pessoas em relação a outras ISTs.
A prevenção combinada inclui testagem regular para o HIV e outras ISTs e Hepatites Virais (HV); profilaxia Pós-Exposição (PEP); profilaxia Pré-Exposição (PrEP); prevenir a transmissão vertical; imunizar para HPV e Hepatite B; redução de danos; diagnosticar e tratar as pessoas com IST e HV; usar preservativo masculino, feminino e gel lubrificante e tratar todas as pessoas vivendo com HIV/Aids.
O tratamento da doença acontece de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), para todas as pessoas que tenham a confirmação do diagnóstico. Tomando a medicação e fazendo o tratamento com antirretrovirais, a carga do vírus HIV passa a ser indetectável e o paciente não o transmite em relações sexuais.
Todos os 223 municípios da Paraíba disponibilizam o teste rápido para a detecção do vírus nos postos de saúde. O resultado sai em 20 minutos.
De acordo o Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Governo Federal, a Paraíba possui 17 centros de referência que pessoas soropositivas podem procurar. A lista completa está disponível neste link.
Portal Picuí Hoje com informações do G1.
Portal Picuí Hoje com informações do G1.
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