O Governo Federal divulgou, nessa quinta-feira (12), os gastos com cartão corporativo dos ex-presidentes da República. O último mandatário Jair Bolsonaro (PL) acumulou milhões em pagamentos nos quatro anos de gestão, mas o valor é muito inferior do que o que foi gasto por Lula em seus primeiros mandatos, e também por Dilma, após correção pela inflação.
Os valores foram divulgados pela Secretaria-Geral da Presidência da República, atendendo decreto que regulamenta da Lei de Acesso à Informação (LAI). Foram reveladas as despesas dos presidentes entre 2003 e 2022.
Segundo dados da Secretaria, Bolsonaro gastou R$ 27 milhões com o cartão corporativo. Com os valores corrigidos pelo IPCA anual, publicados pelo Poder360, esse número chega a R$ 32 milhões.
O valor é menor do que o gasto por Lula em cada um dos seus dois primeiros mandatos, e por Dilma em sua primeira gestão.
Gastos Cartão Corporativo Governo Federal
Confira abaixo o comparativo dos gastos dos ex-presidentes da República com cartão, com valores atualizados pelo IPCA anual divulgados pelo Poder360.
- Lula (1º mandato): R$ 59.075.679,77
- Lula (2º mandato): R$ 47.943.615,34
- Dilma Rousseff (1º mandato): R$ 42.359.819,13
- Dilma Rousseff (2º mandato): R$ 10.212.647,25
- Michel Temer: R$ 15.270.257,50
- Jair Bolsonaro: R$ 32.659.369,02
Os dados, porém, podem não ser definitivos, já que o Tribunal de Contas da União apontou que Bolsonaro gastou R$ 21 milhões somente nos dois anos de presidência e dobrou durante o período eleitoral de 2022.
Sigilo Cartão Corporativo
O Cartão de Pagamento do Governo Federal, popularmente conhecido como cartão corporativo da presidência, foi criado no governo Fernando Henrique Cardoso, em 2001.
O objetivo do método é atender a despesas pequenas e eventuais, como viagens e serviços especiais que exijam pronto pagamento, desde que não ultrapassem o limite estabelecido em portaria federal.
O mecanismo também pode ser usado pela presidência em gastos de caráter sigiloso.
Cartão Corporativo Bolsonaro
Durante os quatro anos de mandato, o ex-presidente Jair Bolsonaro aplicou sigilo sobre os gastos do cartão corporativo pro meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
A presidência negou acesso aos dados de vários veículos de imprensa que solicitavam transparência dos números. A justificativa era que seriam informações sigilosas e que diriam respeito à segurança do presidente.
Na quarta-feira (11), Lula quebrou o primeiro sigilo de 100 anos de Bolsonaro, mostrando as visitas recebidas pela ex-primeira-dama Michelle.
O novo presidente tem uma lista de novos sigilos impostos por Bolsonaro que pretende derrubar.
Marcilio Araujo/Portal Picuí Hoje com JC Notícias.
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