O desaparecimento de um menino de apenas dois anos vem mobilizando moradores e autoridades na França. O garotinho, chamado Émile, desapareceu no último sábado (8) do quintal da residência dos avós maternos, que fica localizada em Haut-Vernet, um vilarejo de apenas 200 habitantes, localizado na região Sudeste francês, onde passaria as férias de verão.
Uma busca desesperada, envolvendo 80 agentes, helicópteros, drones e cães farejadores, foi iniciada no mesmo dia, em um raio de aproximadamente cinco quilômetros para encontrar a criança. Sem sucesso, a polícia decidiu diminuir o raio de busca para apenas 1,8 quilômetros e se concentrar na própria aldeia. O acesso a qualquer pessoa de fora foi proibido.
Nesta quinta (13), no entanto, as autoridades anunciaram o cancelamento das buscas para mudança de estratégia — o foco será para a avaliação das evidências já reunidas. O promotor local Remy Avon disse que a polícia "não tem pistas, nenhuma informação, nenhum elemento que possa nos ajudar a entender esse desaparecimento".
O que aconteceu?
Os avós notificaram a polícia do desaparecimento de Émile por volta das 17h15, horário local, no sábado. Dois vizinhos disseram ter visto o menino pela última vez neste horário sozinho, em um beco da aldeia.
A polícia afirmou à imprensa que pelo menos dez pessoas estavam presentes na propriedade onde Emile foi visto pela última vez durante uma reunião familiar, com "vários tios e tias da criança, de todas as idades, incluindo alguns menores", disse um agente.
Na última segunda (10), 48 horas após de procura, o prefeito Marc Chappuis lamentou a demora para encontrar a criança e disse que o trabalho de buscas continuaria. "Não perdemos a esperança".
Jean-Marcel, amigo dos avós da criança desaparecida, disse que a criança não poderia ter "evaporado" da aldeia, que está acostumada a ver crianças brincando livremente na rua. "Na noite de sábado, ouvi a notícia pelo telefone e disse a mim mesmo que eles encontrariam o menino", disse o homem, morador de Haut-Vernet, à rede local BFM DICI. "Aí depois, quando se passaram 24 horas, 48 horas e você percebe que uma criança de dois anos e meio não pode evaporar assim, é uma grande preocupação."
Aldeia "amaldiçoada"
O desaparecimento do menino reavivou duras recordações para a população, que nos últimos 15 anos assistiu a um brutal homicídio e a um desastre aéreo que fez 150 mortos. Moradores disseram à mídia temer que sua vila possa ser "amaldiçoada".
O desastre aéreo aconteceu em março de 2015, quando um avião da Germanwings — que fazia a ligação entre a cidade espanhola de Barcelona e Düsseldorf, na Alemanha — despenhou-se naquela área. A investigação concluiu que não se tratou de um acidente, mas sim de um ato deliberado do próprio copiloto da aeronave, o alemão Andreas Lubitz.
A população do vilarejo, a cerca de 16 quilômetros do desastre, acabou por se voluntariar para apoiar as autoridades durante as diligências e todo ano acolhe as famílias que voltam ao local para homenagens.
Anos antes, em outubro de 2008, Jeannette Grosos, de 68 anos e gerente do Café du Moulin, foi brutalmente assassinada à pancada, dentro do próprio estabelecimento. O autor do crime, um rapaz de 21 anos, era um cliente do café e sofria de esquizofrenia. A população ficou em choque.
Missa
Na noite dessa quarta-feira (12) a família se reuniu com a comunidade em uma missa. O avô do menino desamaiou ao final da cerimônia. "Eles são muito unidos, quase místicos. Claramente, eles se refugiam na religião para enfrentar esta tragédia", disse um vizinho.
Portal Picuí Hoje com Vogue.
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