Jair Bolsonaro – Foto: Reuters/Ueslei Marcelino. |
De acordo com a PF, a ação visa apurar a organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem política com a manutenção do então presidente da República no poder.
Na manhã desta quinta, agentes foram até a casa de Bolsonaro, em Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro, e apreenderam celulares de assessores ligado à ele. O passaporte não estava lá, por isso a determinação. "Saí do governo há mais de um ano e sigo sofrendo uma perseguição implacável", declarou o ex-presidente. "Me esqueçam, já tem outro governando o país".
Operação
Entre os alvos, estão Braga Netto, Augusto Heleno e o ex-ministro da Defesa Anderson Torres. Foram presos na operação, conforme apuração do Terra, Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro; Marcelo Câmara, coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro; Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército; e Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército.
Ao todo, estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. As medidas judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
As investigações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, para tentar viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.
Conforme a PF, o primeiro eixo se baseou na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio de mentiras a respeito de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019, e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022, em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito.
O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, por meio de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.
O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à PF.
Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
Portal Picuí Hoje com Terra.
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