Bolsonaro apresentou minuta de golpe, segundo Freire Gomes – Foto: Wilton Júnior/Estadão. |
Freire Gomes foi ouvido pela PF na última sexta-feira (1), e a conversa chamou a atenção por implicar diretamente o ex-presidente na trama. Quem também confirmou a ação de Jair Bolsonaro às autoridades foi o brigadeiro Carlos de Almeida Batista Júnior. As informações são da jornalista Míriam Leitão, do jornal O Globo.
Os depoimentos correspondem com a apreensão realizada pela PF no gabinete de Bolsonaro dentro da sede do Partido Liberal (PL). Durante a ação, a polícia encontrou a minuta citada por Freire Gomes, o que comprovaria a declaração dada pelo militar.
Segundo o relato do general, Bolsonaro não só apresentou a minuta pessoalmente como também chamou o general Estevam Theophilo no Alvorada para mostrar o "firme propósito de implementar o que estava escrito". Theophilo é comandante do Coter, o comando das Operações Terrestres.
Às autoridades, Theophilo disse que foi à reunião no Palácio a mando de Freire Gomes. No entanto, o próprio Freire Gomes negou a informação para a PF, e disse que a ordem não partiu dele.
Segundo o jornal O Globo, o depoimento é esclarecedor, mas existe dúvida em torno do general. Por exemplo, a PF deve buscar o motivo pelo qual ele não denunciou o que estava sendo preparado, nem se mobilizou para desfazer os acampamentos que estavam sendo colocados diante dos quartéis.
Por um lado, a versão apresentada pelos militares defende que havia um parecer jurídico que considerava desfazer os acampamentos um caso de segurança pública e não uma atribuição do Exército. Por outro, há indícios de que os próprios militares chegaram a enviar tropas para impedir a retirada dos acampados que pediam o golpe de estado.
Mauro Cid e próximos passos
Com os depoimentos de Freire Gomes e Carlos de Almeida Batista Júnior, a última fase da busca e apreensão, a análise dos celulares e a delação do ajudante de ordens Mauro Cid vai se confirmando. O tenente-coronel ainda deve ser convidado a prestar depoimento mais uma vez.
Cid está envolvido em várias investigações, incluindo o caso das vacinas, que tem previsão de terminar nos próximos 15 dias. Neste processo, ele deve ser indiciado na fraude dos certificados de vacinação, assim como o ex-presidente e outros envolvidos. Junto a Bolsonaro, o ajudante de ordens também responderá no caso das joias.
A mais relevante das três investigações, claro, é a da conspiração para um golpe militar no Brasil. Ao que tudo indica, o indiciamento dos culpados não deve demorar muito. Segundo Míriam Leitão, a expectativa é de que essa fase se inicie ainda no meio do ano.
Tenente-Coronel Mauro Cid deve ser indiciado com Bolsonaro – Foto: Geraldo Magela/Agencia Senado/Estadão. |
Portal Picuí Hoje com Terra.
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