A mãe de uma criança de oito anos de idade, Aliny Correia, denunciou ao Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) um erro médico em uma cirurgia de uma hérnia inguinal no seu filho no Hospital Municipal Valentina (HMV), sediado em João Pessoa. Segundo a mãe, que é profissional cuidadora, a hérnia estava localizada no lado direito do corpo e o procedimento cirúrgico foi feito do lado esquerdo. Em nota, o CRM-PB declarou que abriu sindicância para apurar os fatos.
De acordo com a mãe, no final de fevereiro a criança teve uma infecção intestinal, quando foram realizados exames em um hospital particular que constataram a hérnia inguinal. Caracterizada pelo surgimento de uma saliência e dores na região da virilha, a hérnia inguinal é uma alteração resultante da existência de um ponto fraco na musculatura da região inferior da parede abdominal.
Como o plano de saúde da criança ainda estava no período de carência, optou-se por realizar a cirurgia no HMV.
"Ele entrou na cirurgia às 9h, quando deu 9h45 ele saiu e a médica informou que a cirurgia tinha sido um sucesso", disse a mãe da criança, Aliny Correia. Segundo ela, somente quando a criança foi ao banheiro, que ela levantou a bata, percebeu que o curativo estava do lado direito do corpo, e não do lado esquerdo, onde deveria ser realizado o procedimento.
"A gente tentou fazer uma ultrassom nele no mesmo dia, mas ele não estava aguentando. Quando foi cicatrizando que a gente conseguiu fazer uma tomografia pélvica, que mostrou que a hérnia que ele iria operar continuava lá do mesmo jeito", disse a mãe.
Uma Comissão de Ética Médica foi instaurada no HMV e concluiu que não houve erro médico e arquivou o caso.
Porém, o secretário de Saúde Municipal de João Pessoa, Luis Ferreira Filho, em entrevista à TV Cabo Branco, explicou que a gestão municipal e a direção do hospital discordam no entendimento da Comissão e encaminhou o caso ao CRM. Ele também comentou que existe uma sindicândia interna instaurada.
"Nós iremos até as últimas instâncias para saber de quem foi a responsabilidade por fazer esse tipo de procedimento contrário na criança e estamos dispostos a dar todo o auxílio possível a essa criança que já vai passar, já passou por um momento de estresse. E terá que ser operado novamente para operar, agora sim, o lado certo da hérnia", disse o secretário.
Em relação à médica que realizou o procedimento, inicialmente ela foi afastada, depois entrou de licença maternidade, mas ela vai ficar agora sob responsabilidade do CRM.
Em nota, o CRM-PB declarou que abriu abriu sindicância para apurar os fatos e que "havendo indício de infração ao código de ética médica, será aberto um processo ético profissional, com amplo direito de defesa, ouvindo o denunciante e o denunciado".
De acordo com o presidente do CRM-PB, Bruno Leandro de Souza, após a finalização do processo, o resultado pode ser o arquivamento ou a punição, que varia de uma advertência simples à cassação do registro médico, nos casos mais graves.
"O público pode denunciar indo diretamente na sede do conselho em João Pessoa ou procurando nossas delegacias em Campina Grande, Patos, Sousa e Cajazeiras, ou enviando um e-mail para o crmpb@crmpb.org.br", destacou o médico.
Até esta quarta-feira (14), o menino não havia feito a cirurgia correta. A mãe informou que não quer mais fazer no mesmo hospital e agora espera terminar a carência do plano de saúde para fazer em uma unidade particular.
Portal Picuí Hoje com informações do g1 PB.
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