Fernando Cunha Lima foi indiciado pelo crime de estupro de vulnerável – Foto: Reprodução. |
A defesa do médico afirmou, em nota oficial, que tomou conhecimento do indiciamento por meio da imprensa e, devido ao sigilo que envolve o processo, não poderá fornecer mais informações no momento.
Conforme relato da delegada Isabel Costa, as acusações contra Dr. Fernando referem-se a abusos cometidos contra quatro pacientes, com idades entre 4 e 9 anos. As denúncias foram apresentadas pelas mães das crianças, que alegam ter presenciado os abusos durante consultas médicas.
O pediatra, que já prestou depoimento às autoridades, não teve os detalhes de sua defesa revelados pela delegada, devido ao segredo de justiça imposto ao caso.
Com o inquérito agora encaminhado ao Poder Judiciário da Paraíba, cabe ao Ministério Público do estado (MPPB) decidir se denunciará ou não Fernando Cunha Lima. A delegada também mencionou que, caso surjam novas denúncias, um novo inquérito será instaurado pela PC.
A investigação contra o médico pediatra teve início após uma mãe denunciar o abuso de sua filha de 9 anos, ocorrido em 25 de julho e tornado público em 6 de agosto. Após a repercussão do caso, três sobrinhas do médico relataram abusos sofridos por elas durante a infância, mas, como os crimes ocorreram há mais de 20 anos, e estão prescritos, elas atuarão como testemunhas no caso.
Em depoimento à PC, a mãe da criança de 9 anos descreveu o momento em que viu o pediatra tocando as partes íntimas de sua filha. Ela imediatamente retirou seus dois filhos do consultório e registrou a queixa.
A investigação, conduzida pela PCPB, aponta um padrão de comportamento, ou "modus operandi", praticado por Fernando Cunha Lima ao longo de pelo menos 33 anos, de acordo com o delegado Cristiano Santana, superintendente da PC. As vítimas identificadas até o momento são todas meninas, com idades entre 4 e 9 anos, no momento dos abusos.
Fernando Paredes Cunha Lima é um pediatra renomado em João Pessoa, com uma clínica particular no bairro Tambauzinho. Ele se registrou como médico no Conselho Regional de Medicina (CRM) em 1971, inicialmente no Distrito Federal, mas transferiu sua inscrição para a Paraíba dez dias depois.
Além de sua atuação como médico, Cunha Lima fazia parte da diretoria da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de João Pessoa (APAE), de onde foi afastado após a divulgação das denúncias. A APAE informou que ele não atuava como médico na instituição desde 2022.
Fernando Cunha Lima também é conhecido por seu trabalho como escritor e poeta, com várias obras publicadas, incluindo "Fernando em Pessoa", "Girassóis Urbanos" e "Sonetos com Nome de Soneto".
Integrante de uma tradicional família paraibana, ele é irmão de Arthur Cunha Lima, conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), investigado na Operação "Calvário", que apura desvios de recursos da saúde e educação por meio de organizações sociais.
Em 2015, o médico foi homenageado pela Câmara Municipal de João Pessoa com a Comenda "Poeta Ronaldo Cunha Lima", em memória do falecido ex-governador da Paraíba e primo de Fernando.
Portal Picuí Hoje com informações do PBAgora.
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