Durov foi detido no aeroporto ao chegar do Azerbaijão – Foto: Reprodução/Instagram/@durov. |
O Telegram tem atualmente cerca de 700 milhões de usuários pelo mundo. A fortuna de Durov é estimada em US$ 15,5 bilhões (R$ 86 bilhões). O empresário vive atualmente em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
O empresário estava na lista de pessoas procuradas e era alvo de um mandado de busca emitido pela Direção Nacional da Polícia Judiciária Francesa.
De acordo com a TV francesa TF1, a "Justiça considera que a ausência de moderação, de cooperação com as autoridades e das ferramentas oferecidas pelo Telegram (número descartável, criptomoedas, etc.) o torna cúmplice do tráfico de drogas, crimes contra crianças e fraudes".
Ainda de acordo com a TF1, investigadores do Escritório Nacional Antifraude notificaram Durov e ele segue sob custódia.
O empresário deve ser apresentado a um juiz de instrução ainda neste sábado, e pode ser acusado de crimes de terrorismo, narcóticos, cumplicidade, fraude, lavagem de dinheiro, recebimento de bens roubados, conteúdo criminoso infantil.
A suspeita dos investigadores franceses é de que o Telegram sirva como plataforma para a transmissão ilegal de mensagens criptografadas como meio de comunicação do crime organizado. "Durante anos, tornou-se A plataforma número 1 para o crime organizado", disse um investigador à TF1.
Inquérito no Brasil
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou em maio de 2023 a abertura de um inquérito sobre a participação de dirigentes do Google e do Telegram no Brasil na campanha de desinformação contra o Projeto de Lei (PL) das Fake News.
O ministro acatou um pedido feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O movimento ocorreu depois que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), encaminhou uma notícia-crime contra os responsáveis pelos provedores que participaram ativamente das ações contrárias ao PL das Fake News.
Naquele mês, Moraes determinou ao Telegram que apagasse a mensagem enviada aos usuários no dia anterior com críticas ao PL das Fake News no prazo de uma hora. Caso a decisão fosse descumprida, ele decretou ainda que haveria suspensão do aplicativo em todo o território nacional por 72 horas, além de multa de R$ 500 mil por hora. O aplicativo cumpriu a ordem.
Ainda em maio do ano passado, Moraes determinou que o Telegram indicasse à Justiça uma representação oficial no Brasil (pessoa física ou jurídica), sob pena de suspensão do funcionamento dos serviços no país.
O aplicativo Telegram atendeu a determinação do ministro e indicou quatro novos representantes da empresa no Brasil. A indicação veio horas depois da decisão de Moraes.
Portal Picuí Hoje com informações do R7.
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