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19.11.24

MP pede arquivamento de investigação sobre avião de Gusttavo Lima e recomenda que denúncias sobre lavagem de dinheiro sigam para a PB

MPPE pediu arquivamento de caso que envolve venda de avião do cantor Gusttavo Lima dentro da Operação Integration — Foto: Julio Cesar Costa/g1 | Reprodução.
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) pediu o arquivamento da denúncia sobre a venda e a devolução da aeronave do cantor Gusttavo Lima para o empresário Darwin Henrique da Silva, da Esportes da Sorte, dentro da Operação "Integration" – que investiga lavagem de dinheiro de jogo do bicho e jogos de azar na internet. Segundo manifestação do MPPE, não existem provas que justifiquem o indiciamento do artista.

Gusttavo Lima foi indiciado pela Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) em relação à negociação da aeronave Cessna Aircraft, modelo 560XLS com a empresa HSF Entretenimento e Promoção de Eventos, a Esportes da Sorte.


Como justificativa para o pedido de arquivamento do processo, o MPPE explica que a negociação, documentada e com "as respectivas movimentações bancárias registradas (...) não demonstra a prática de crimes de lavagem de dinheiro".

Diz também que não há "elementos que demonstrem ocultação ou dissimulação de bens e/ou valores"; nem o conhecimento prévio de que o dinheiro usado por Darwin Filho para comprar o avião era fruto de "infração penal"; e de que havia a intenção de "ocultar ou dissimular a utilização dos ativos".

Darwin Henrique da Silva Filho é investigado na Operação Integration por suspeita de realizar pagamentos e transferências para influenciadores e operadoras de recursos financeiros para lavar dinheiro do jogo do bicho e de jogos de azar (apostas esportivas e cassinos online), proibidos por lei.

A operação apontou que Gusttavo Lima vendeu, por meio de sua empresa, um jato para a Esportes da Sorte, que depois foi devolvido por alegação de um problema na turbina. A mesma aeronave foi vendida novamente, desta vez, para os donos da Vai de Bet — casa de apostas com sede em Campina Grande, na Paraíba.

Para o MPPE, mesmo com a apreensão de bens de alto valor do cantor Gusttavo Lima e da empresa Balada Eventos e Produções Ltda, o delegado não indiciou o artista e apontou que não existe "comprovação de atos de lavagem de dinheiro perpetrados pela PIX 365 Soluções Tecnológicas (Vaidebet), a partir de 01/07/2024, quando o artista e sua empresa passaram a ser sócios da casa de apostas, com 25% da marca".

O MPPE também recomendou mais uma vez que a parte do inquérito referente às relações comerciais entre Gusttavo Lima e a empresa Balada Eventos com a Vaidebet (PIX 365 Soluções Tecnológicas) e seus proprietários, José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta; e a Zelu Brasil Facilitadora de Pagamentos e seus sócios, Thiago Lima Rocha e Rayssa Ferreira Santana Rocha, seja encaminhada para a Comarca de Campina Grande, onde está a sede da empresa de apostas.

Na manifestação, o MPPE diz que aguarda o resultado das novas diligências solicitadas à PCPE para decidir se apresenta denúncias sobre os demais indiciados na Operação Integration.

Respostas

Em nota, a PCPE informou que, desde 9 de outubro, "finalizou as diligências solicitadas e encaminhou ao Ministério Público de Pernambuco".

Também procurado pelo g1, o MPPE disse que "o processo referente aos fatos investigados pela Operação Integration segue tramitando em sigilo, logo o MPPE não prestará maiores informações".

Por meio de nota, a defesa de Gusttavo Lima afirmou que o MPPE:

  • "apontou que as operações [da venda da aeronave] foram realizadas de forma transparente, sem indícios de ocultação ou dissimulação de valores";
  • analisou as transferências bancárias feitas pelas empresas Zelu Brasil e PIX 365 para a GSA Empreendimentos, que pertence ao cantor, e "concluiu que essas operações foram totalmente legais, não configurando lavagem de dinheiro";
  • considerou que "os documentos apresentados comprovaram que todas as operações foram conduzidas de forma regular e em conformidade com a legislação vigente, não havendo qualquer evidência de prática ilícita";
  • "concluiu, ainda, que parte dos fatos não podem ser analisados pela Justiça de Pernambuco".

Portal Picuí Hoje com informações do g1 PE.

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